Leia com bastante atenção esse texto, pois vou mostrar
para você que a questão, na maioria das vezes, não é de acreditar ser certo ou
errado, mas sim de achar-se no direito de determinar o que pode e o que não
pode.
Sabe, como
não sou diferente de ninguém, muitas são as coisas que me deixam triste. Dentre
elas quero destacar nesse texto a eterna questão sobre a dita música secular e
a música evangélica (uso esses termos sem qualquer juízo de valor, é somente
para melhor entendimento. Quando uso outros termos é por achar mais indicados
para o momento).
Aliás, o
próprio termo evangélico, já está tão desgastado e mal usado, que aqueles que
não são das igrejas evangélicas quando ouvem a palavra torcem o nariz, e
garanto que, em boa parte dos casos, não tem nada a ver com luta entre luz e
trevas, mas sim com trevas mesmo, se é que você me entende. Mas essa discussão
fica para outro dia, e garanto que vai pegar fogo.
Voltemos ao
que o texto propõe. Dia desses li uma frase do pastor Ricardo Gondim que me
chamou atenção, “...não existe diferença entre música cristã e do
mundo (Só existe música boa ou ruim!)...” (texto na integra no endereço: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/viver-nao-cansa/). Lógico que não faltaram irmãos
para dizer, “Misericórdia pastor”.
A guerra,
disfarçada e não assumida, é obvia. É de gerar tristeza sem fim. Quem ouve
musica evangélica como também musica secular, acusa quem só ouve musica
evangélica de hipócrita, fariseu e por aí vai. Quem só ouve música evangélica,
acusa a quem ouve também a musica secular de crente carnal, pecador, paquerador
das trevas, etc. Sei que é triste, muito triste, ver as pessoas fazendo, em
nome de sua crença, o que não deveriam, que é julgar a quem quer que seja. Só
por essa razão, estão todas sem razão.
A verdade é
que, minha verdade por sinal, pois sei que milhões, com direito adquirido na
graça de Deus, pensam diferente, mas como não dependo de quantidade de pessoas
para pensar o que penso e faço, dependo apenas de assumir a responsabilidade,
música, para mim, é simplesmente uma manifestação artística como outra
qualquer. Assim como a literatura, teatro, cinema, televisão, pintura são arte,
a música também é.
Pensando
assim, e você pode pensar o que for mais confortável para ti, que a amizade
continua a mesma, sendo música arte, o que a caracteriza é aquilo que o Gondim
destacou: existe a boa e a ruim. Existe a música que é própria para tocar no
oficio sacro e existe música inapropriada para tocar no oficio sacro (aliás,
centenas de corinhos que são tocados nas igrejas são pura heresia, e muitos
dizem amém. Posso citar dezenas se alguém quiser, inclusive hinos). Existe
música que é própria para se tocar em festas, numa declaração de amor, numa
manifestação social, para alegar o triste e existe musica que nunca, mas nunca
mesmo, deveria ser tocada, cantada ou ouvida em lugar algum ou por pessoa
alguma, muito menos crianças (posso citar dezenas também, se alguém quiser).
Todas as
pessoas podem e deveriam cantar louvores, afinal esse é o conselho do salmo
150,6: “todo ser que respira louve ao
Senhor”. Veja bem: “todo ser”. E
todas as pessoas fazem uso, ou quase todas, da música popular, afinal de
contas, o que vem a ser o Parabéns Pra
Você e a Marcha Nupcial?
É aqui,
antes de terminar, que quero me referir ao que afirmei lá no inicio do texto.
Se alguém diz, “eu não escuto música secular”, entendo eu que não deva escutar
nenhuma, mas nenhuma mesmo, por mais simples que seja, pois se fizer isso
estará caindo em contradição. Se essa pessoa cantar Parabéns Pra Você ou tocar em seu casamento a Marcha Nupcial, estará afirmando o seguinte: “Não é certo ouvir ou
tocar musicar secular, mas existem algumas exceções, e eu é quem sei quais são
essas exceções, que são Parabéns Pra Você
e Marcha Nupcial.” Assim, a questão
aqui não se trata de algo ser certo ou errado, mas do ato de reservar para si o
direito de dizer para todos o que pode e o que não pode. E nem nos atenhamos a
outros tipos de arte, tipo Monalisa, Capela Sistina, Harry Potter, documentários, etc.
Meu conselho
é que essa briga tola e desagradável seja deixada para trás, pois não trás
nenhum benefício para a anunciação do evangelho de Jesus Cristo. Quem gosta
apenas de música sacra, escolha as boas, pois são muitas. Descarte as ruins e
viva bem com você e com Deus, assumindo as responsabilidades do que pensa e
faz. Quem gosta de música sacra e popular, escolhas as boas, pois são muitas. Descarte
as ruins e viva bem com você e com Deus, assumindo as responsabilidades do que
pensa e faz.
Para
terminar, deixo um texto de Paulo, que na verdade não fala de música e nem de
comida, ainda que pareça, mas fala de julgar o outro: “Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e
aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o
aceitou. Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele
está de pé ou cai. E ficará de pé, pois o Senhor é capaz de o sustentar. Há
quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os
dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Aquele que
considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come
carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para
o Senhor se abstém, e dá graças a Deus .Pois nenhum de nós vive apenas para si,
e nenhum de nós morre apenas para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se
morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos,
pertencemos ao Senhor. Por esta razão Cristo morreu e voltou a viver, para ser
Senhor de vivos e de mortos. Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que
despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.
Porque está escrito: “‘Por mim mesmo
jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua
confessará que sou Deus’. Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a
Deus. Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o
propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão” (Romanos 14,3-13).
E se alguém
leu o texto a disse, “Esse pastor é dos
meus”, ledo engano, não sou seu e não sou meu, sou de Cristo, como você
também o é. Vivamos para a glória Dele.
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