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Quando escrevo algo e publico, sei que me coloco na condição de possível formador de opinião, porém, e quero que isso fique bem claro, tenho plena consciência de que minha opinião é apenas mais uma num universo de bilhões.
Assim, se você puder deixar um comentário sobre os textos que estão postados aqui, será muito interessante.
Se conversarmos sobre nossos dogmas, paradigmas e outras "verdades", poderemos juntos aumentar nosso alcance de visão e passaremos a enxergar um pouco além da ponta de nossos narizes, ou não.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

fé - parte I


21  E, passando Jesus outra vez num barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. 22  E eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés 23  e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva. 24  E foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava. 25  E certa mulher, que havia doze anos tinha um fluxo de sangue, 26  e que havia padecido muito com muitos médicos, e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior, 27  ouvindo falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua vestimenta. 28  Porque dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei. 29  E logo se lhe secou a fonte do seu sangue, e sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal. 30  E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse: Quem tocou nas minhas vestes? 31  E disseram-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou? 32  E ele olhava em redor, para ver a que isso fizera. 33  Então, a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se, e prostrou-se diante dele, e disse-lhe toda a verdade. 34  E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal. (Mc 5,21-34)

No capítulo 5 do evangelho de Marcos encontra-se um dos textos bíblicos que mais me chama atenção. Trata-se da ressurreição da filha de Jairo e da cura da mulher com fluxo de sangue. Esse texto me maravilha com a forma que nos ensina sobre fé e também sobre como Jesus tem tempo para cada uma de nossas vidas, independente da urgência de cada pessoa.
Quero meditar um pouco sobre esse texto, destacando o tema fé. Vou fazê-lo em três partes, dividindo cada uma em outras três partes. Hoje quero falar sobre, a fé que precede a ação, a fé reconhecida por Deus e fé mostrada em comportamento. Esclareço que não se trata de tratado sobre fé, por isso não vou citar dezenas de textos, se você procura algo assim, aconselho que leia sobre isso em Calvino e Lutero, pois esses já escreveram tratados sobre fé, infinitamente melhores do que poderia eu escrever.
Ao lermos o texto percebemos que tanto Jairo como a mulher procuraram o auxilio de Jesus porque acreditavam em seu poder para atender suas necessidades. Note que tanto um como a outra se dirigiram até Jesus de maneira positiva. Jairo afirma que se Jesus fosse com ele, curaria sua filha. A mulher pensou categoricamente que se apenas tocasse nas vestes do Senhor ficaria curada de sua enfermidade. Nenhum dos dois faz questionamento sobre a capacidade de Cristo. Pelo contrário, tomam suas atitudes porque simplesmente acreditavam que a ação de Jesus seria benevolente para com eles.
Essas duas pessoas dão uma lição de fé. Sabem bem que a fé,  fazendo paralelo com Hebreus,  é acreditar cegamente. Não há espaço para a curiosidade, nem tão pouco para jogos supersticiosos quando falamos sobre fé. Fé não precisa de prova nem tão pouco confirmação. Quem tem fé acredita nas promessas de Deus e pronto. Deus, aliás, que já é alguém em quem acreditamos na existência pela própria fé.
Isso deixa bem claro que quando procuramos algum favor de Deus, devemos fazê-lo antes de tudo com fé. A fé deve vir antes da procura. Nunca solicitar algo de Deus com o intuito de verificar seu poder, para depois sim, acreditarmos em sua infinita capacidade. Fé é ter certeza da possibilidade da realização do possível e do impossível, do crível e do incrível, do acreditável e do inacreditável.
O segundo aspecto que quero destacar aqui é a fé reconhecida por Deus. O texto diz que Jesus respondeu positivamente à solicitação de Jairo de que o acompanhasse até sua casa, ou seja, o Senhor reconheceu que o pedido daquele homem vinha de um coração com fé. Se Jairo se aproximasse de Cristo como apenas mais pessoa na multidão, certamente nada aconteceria de maravilhoso em sua família, pois seria apenas mais um sedento de pães e peixes. Ao atender o pedido daquele pai, Jesus mostra que estava diante não apenas de um espectador de milagres, pelo contrário estava diante de um objeto de milagres.
            A mulher enferma então não precisa nem dizer, mas vamos dizer, quando ela toca em Jesus, ele simplesmente percebe que dele saira poder. É impressionante como quando alguém que tem fé aproxima-se do Senhor ele nota sua presença mesmo que não esteja dando atenção direta a essa pessoa. O texto nos informa que Jesus era comprimido pela multidão, ou seja, era apertado por todos os lados, pois muitos o tocavam, mas quando ele recebe um toque com fé, reconhece o toque imediatamente.
            Não importa se nos aproximamos do Senhor pela frente, pelo lado ou pelas costa, se fizermos isso com fé, ele perceberá nossa presença imediatamente.
            O terceiro aspecto é a questão da forma comportamental de se demonstrar a fé.
Jairo era um homem da sinagoga, ou melhor, era um dos principais da sinagoga. Conhecia muito bem todas as exigências legais e religiosas para se aproximar de Deus. Assim, podemos perceber em sua aproximação toda a reverência que se devia esperar de um líder religioso de sua posição. Podemos ver ali, reconhecimento de senhorio, adoração, clamor e tudo o mais que a ortodoxia manda.
Por outro lado, a mulher faz quase tudo ao contrário de Jairo. Primeiro que ela tinha um fluxo de sangue, o que pela lei a tornava impura e por isso não podia tocar em homens, pois os tornaria impuros também, e o texto diz que ela passou por entre a multidão, ou seja, tocou em dezenas de homens. Não se prostrou, não clamou, nem falou com Jesus. Ela só que queria tocar no Senhor e ir embora.
Assim, temos duas formas totalmente diferente de aproximação e pergunto: “Qual a forma correta de me aproximar de Jesus, formal ou informal?”. Para responder isso tenho que recorrer ao salmista que diz que um coração quebrantado e contrito nunca será desprezado por Deus. Não importa se nos aproximamos do Senhor de maneira formal ou informal, ortodoxa ou não ortodoxa, pois o que chamará mesmo a atenção será a presença da fé. O que realmente chama a atenção de Jesus é um coração quebrantado e contrito, cheio de fé.
Não estou defendendo que qualquer coisa vale, pois sei que isso não é verdade. O que estou dizendo é quando olhamos a nossa volta, não sabemos quem é quem, mas Deus sabe exatamente. Qualquer um corre o risco de acreditar que o que importa é a forma e não a fé, ou seja, alguém mais tradicional pode acreditar que a única coisa  importante é sua reverência e alguém mais espontâneo pode acreditar que a única coisa importante é sua forma descontraída. Afirmo que sem fé, nem uma e nem outra terá algum valor.
            Fé reconhecida por Deus dentro de um coração quebrantado e contrito é disso que precisamos para sermos objetos de milagres vindo da parte de Deus por intermédio de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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