Antes do texto quero deixar aqui registrado que durante algum tempo perdi o desejo de escrever. Como só escrevo por prazer e não por obrigação, não tinha como fazê-lo. Agora esse desejo voltou. Rendo graças a Deus por isso, mas não posso deixar de agradecer a algumas pessoas que me cercam, primeiro, minha esposa, pessoa sem a qual eu não seria quem sou hoje; segundo aos meus queridos Pr. Semião Ladeira, Dona Maria e Zuleide, que sempre acreditaram em mim e perseveraram em acreditar; terceiro, aos irmãos da 3ª Igreja Presbiteriana Independente de Sorocaba, por seu amor e carinho.
Agora sim, vamos às coisas que penso:
Comprei há poucos dias um novo computador, pois minha querida (querida mesmo) esposa pediu para que o outro ficasse com ela. O detalhe interessante desse novo computador, e que gerou esse texto, é que o tampo dele é cor de rosa. Minha esposa anunciou antes, “vão fazer piada com esse detalhe”, eu disse “imagine, essa coisa de rosa ser cor exclusiva de mulher e azul de homem já passou”.
Bem, recebido o computador o coloquei em teste, levando-o para todo canto em que vou e usando-o ao máximo. Na escola em que dou aulas ouvi a primeira pergunta: “que computador bonito, é da sua mulher?”. Na faculdade onde estudo ouvi outra pergunta: “que computador bonitinho, é da sua mulher?”. Na igreja em que auxilio meu pastor ouvi ao final do culto: “e esse computador rosinha ai pastor!?”, “computador rosinha pastor!?”, “usando o computador da Alithéia pastor!?” e por aí foi.
As perguntas não me ofenderam, até porque nenhuma delas foi feita com essa intenção. Foram feitas em tom de brincadeira. E claro, eu que também gosto de brincar e são paulino que sou, respondia: “computador de são paulino!”
Contudo, fiquei pensando sobre estereótipos e o quanto eles são verdadeiros ou falsos. A conclusão a que cheguei é que em boa parte dos casos não relatam verdade alguma. Tenho um computador rosa e não tenho nenhuma questão mal resolvida com minha sexualidade, sou heterossexual, casado com uma mulher maravilhosa e além do computador com tampo rosa, também tenho gravatas e camisas nessa mesma cor.
Mas, fiquei me perguntando sobre as questões dos estereótipos e quero que pensemos em alguns deles, se são, ou quando são verdadeiros ou não:
- Até que a morte os separe? (estereótipo do casamento);
- Todos os representantes povo, representam o povo? (estereótipo da democracia)
- Todo político é corrupto? (estereótipo de um povo cansado)
- Todas as pessoas que usam rosa são femininas? (estereótipo criado em algum século passado)
- Todas as pessoas que usam azul são masculinas? (idem ao de cima)
- Filhinho de peixe, peixinho é? (estereótipo em forma de provérbio)
- Pau que nasce torto, morre torto? (idem ao de cima)
- Não bebo, não fumo, não danço, logo sou servo de Deus? (estereótipo evangélico que leva em conta somente o comportamento e não o coração)
- De Nazaré pode sair algum profeta?
Bem, as oito primeiras são para você pensar. A última quero comentar, pois é justamente ela que prova que o estereótipo pode ser infinitamente mentiroso.
Essa afirmação pode ser encontrada no Novo Testamento e foi dita por um líder religioso quando se referia à pessoa de Jesus Cristo. A cidade de Nazaré era pequena e desvalorizada em sua região. Local sem tradição e sem nenhum atributo que lhe pudesse trazer algum destaque positivo. Pelo menos era assim que pensavam os judeus.
Esse era o estereótipo, “de Nazaré não pode sair nenhum profeta digno de boa nota!”, logo, Nazaré era um lugar ser perspectiva alguma, um lugar miserável, um lugar sem futuro, um lugar para não se pertencer. Se você fosse de Nazaré, você seria um “ninguém”. Esse era o estereótipo criado pela cultura da época e que de tão divulgado, tornou-se verdade absoluta naquela região.
Só que existe um detalhe muito importante: sabe quem nasceu em Nazaré? Jesus Cristo. Ele mesmo, nosso Salvador. Aquele que tem poder para nos dar vida eterna no céu nasceu em um lugar onde, para as pessoas da época, alguém importante não deveria nascer.
Isso prova o quanto os estereótipos são perigosos, pois podem nos afastar de pessoas que seriam muito importantes para nossas vidas se nos déssemos o trabalho de conhecê-las.
Que povo somos se verificamos a confiabilidade das pessoas por meio da cor da pele?
Sei que o me levou a escrever esse texto foram as brincadeiras de pessoas que me amam, as quais encarei todas com bom humor e brincando também. Por outro lado, por meio das brincadeiras, fui levado a refletir sobre assuntos sérios.
Os estereótipos nos fazem preconceituosos, fazem com que nos afastemos das pessoas, pois passamos a afirmar que elas são algo que muitas vezes não são.
Se você não acredita nisso me explique o que está fazendo alguém que afirma que numa favela todas as pessoas que ali residem, são ladras ou preguiçosas. Não estamos, por causa do preconceito, estereotipando as pessoas?
Precisamos parar com isso. Precisamos questionar todos os estereótipos que estão à nossa volta. Pois, por causa deles, existem muitos vigaristas que vivem vidas folgadas e muitas pessoas honestas e dignas que vivem vidas oprimidas.
Sim, de Nazaré pode sair profeta digno de boa nota, sim. E por sinal o maior deles, o Senhor dos senhores, o Rei dos Reis, o nosso único e suficiente Salvador, a saber, Jesus Cristo.
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